domingo, 29 de maio de 2011

“O Purgatório existe?”



"Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas". (II Macabeus 12,45s)

Amigo leitor, salve Maria!

Este estudo tem como objetivo responder a uma questão já tão amplamente revelada pela Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica: “O Purgatório existe?”

A resposta não pode outra, além de um grande SIM.

Temos esquecido as doutrinas que a Igreja tanto ensina e nos apegamos a fábulas ou à nossa forma de interpretar o que nos cerca.  Aconteceu isto aos ensinamentos sobre este lugar de purificação.

Como acabo de afirmar, o Purgatório é um lugar de purificação, assim sendo, todas as almas que lá estão irão para o Céu. As almas daqueles que morreram em pecado mortal, sem o devido perdão que nos é ministrado através do Sacramento da Confissão e/ou sem o arrependimento deste pecado, não irão para o Purgatório, mas para o Inferno.

Mas se as almas que estão no Purgatório vão para o Céu, porque precisam ser purificadas? Por que elas não vão logo para o Céu?

Porque o pecado acarreta duas penas: a pena eterna (Inferno) e as penas temporais (a serem pagas neste mundo ou no outro). Muitos de nós temos a pena eterna do Inferno perdoada por Cristo, na Confissão, porém não nos redimimos da dívida temporal que este pecado acarretou.

Se Cristo perdoou, na Confissão, os meus pecados mortais, por que devo me redimir desta dívida temporal? Isto não desmerece os méritos do Perdão de Cristo?

Esta dívida que, por não ser um pecado mortal (pois já foi perdoada pelos méritos de Cristo), não nos condena ao Inferno. Porém este perdão requer de nós uma compensação. Ora um ladrão, mesmo perdoado, deve restituir o que roubou; uma criança que comete um erro, mesmo tendo sido perdoada pelos pais, lhe é imputada um castigo; quando peco contra meu irmão, mesmo pedido perdão a Deus, devo compensar os danos a este irmão. Esta conpensação é feita nesta vida ou depois dela. A doutrina do Purgatório, portanto, não inferioriza o Perdão de Cristo. Antes o valoriza e enaltece e, além disso, mostra nos que nossas ações têm consequências.

E como pagamos esta pena temporal?

Pagamos esta dívida com orações, ações de caridade para com o próximo e para com a Igreja e por meio das indulgências concedidas pela Igreja. O Terceiro Catecismo da Igreja Católica, escrito por São Pio X, responde à pergunta “Podem as almas que estão no Purgatório ser aliviadas por nós nas suas penas?” da seguinte maneira:

Sim, as almas que estão no Purgatório podem ser aliviadas com orações, com esmolas, com todas as demais obras boas e com as indulgências, mas sobretudo com o Santo Sacrifício da Missa.

Para deixar claro, esmola, segundo o mesmo Catecismo, é “toda e qualquer obra de misericórdia espiritual e corporal.

Caso surja alguma dúvida, converse com um sábio Padre. Leia também as seguintes passagens:

"Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro" (S. Mateus 12,32). Este versículo nos faz crer que há dividas que podem ser perdoadas no “século vindouro”, no outro mundo.

"Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo". (1Cor 3,12-15)".

"Mas, se o tal administrador imaginar consigo: 'Meu senhor tardará a vir'. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (...) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, mais se há de exigir." (S. Lucas,45-48).

"Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo". (S. Mateus 5,25s)

A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre com você!
Fábio Alvarenga

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